
Power Hacks nº5, com Edson Mackeenzy: Mentoria para Empreendedores
28 de novembro de 2017Amigos, o Power Hacks está no ar com um papo ótimo com o Edson Mackeenzy, o Mack, especialista em desenvolvimento de negócios digitais, gestão e operação destartups, além de grande fomentador de ecossistemas empreendedores. Foi eleito o mentor do ano pelo Startup Awards 2017.
Se quiser acessar o demais papos, é só clicar AQUI.
Mack, entre time, modelo de negócio, produto, estrutura, processos e métodos, qual o caminho básico para uma startup começar a pensar em ter sucesso?

Hoje estamos vendo ondas de empreendedorismo muito crescentes. Quando eu era criança a moda era ser jogador de futebol ou modelo, hoje é ser empreendedor ou influenciador…
O caminho básico está nos modelos mentais. Nem todo empreendedor precisa ser o dono da empresa e nem todo dono de empresa é empreendedor.
O primeiro passo é uma auto-avaliação de que se isso é mesmo pra mim ou não. Posso ser uma pessoa de excelentes iniciativas e de péssimas “acabativas”.
Muitas pessoas perdem tempo de vida empreendendo quando seria incrível ter suas energias impulsionando um negócio de outra pessoa. Chamamos isso de intra-empreendedorismo.
Depois é pensar em métricas, fotografar a situação do negócio através de diagnóstico e desenvolver indicadores que permitam insistir, resistir, persistir e saber desistir.
E os erros na trajetória de um empreendedor? Você acredita que ensinam tanto quanto acertos? Você pode citar um erro que te trouxe um grande aprendizado na sua trajetória?
Certa vez eu fui fazer prova para o colégio militar e já no curso preparatório o professor dizia: “O cálculo para chegar no dia e local da prova é a primeira questão que muitos não passam”.
Isso me ensinou muito. Eu sempre tive excelentes professores mas nem sempre eles foram bondosos… Eu tento replicar isso hoje, sendo um bom pai e não um pai bondoso. Digo isso pois vim a aprender sobre disciplina muito tarde, depois de muitos tombos.
Nós, brasileiros, somos extremamente criativos, na mesma proporção que somos indisciplinados e isso é a única coisa que vamos usar até o fim da vida.
Criar métodos para priorizar minhas ações é o que me permite sobreviver no tempo em que estamos e até mesmo responder a esta entrevista. Um outro erro que cometemos muito é assumir para nós a urgência do outro.
Precisamos ter muito claro em nossa mente as diferenças entre urgente e importante e nos dedicar ao máximo para não viver realizando coisas que são resultado destas duas questões.
O maior aprendizado que tive em minha vida com isso tudo foi a disciplina de trabalhar só no que é importante e dedicar o máximo de esforço possível para não ser babaca, perder os prazos e isso se tornar urgente.

O quão importante é para os empreendedores interagir e formar redes de relacionamento? Isso vale mais para uma ajuda mútua ou gera bons negócios?
Hoje tenho dedicado meu trabalho na formação de ecossistemas empreendedores. Acabei de ser o curador e mestre de cerimônias de um festival em Curitiba chamado #ConectaPR e ele traduz exatamente isso.
O Estado do Paraná possui uma enorme quantidade e qualidade de empresas inovadoras em diversas áreas. Não é a toa que chamam aquele lugar de “Rússia Brasileira”, mas só recebe esse apelido por ser um lugar ainda pouco conhecido dos Brasileiros assim como aquele país.
Se você tivesse um amigo russo e ele contasse pra você sobre as qualidades e os defeitos daquele lugar, não seria tão estranho pra você arranhar umas palavras em russo.
Por natureza o ser humano tem medo do desconhecido, que por precaução é tido como ruim… Se uma pessoa que você conhece e em quem confia te recomendar algo desconhecido, você tem uma tendência a aceitar melhor, pois acredita não ser tão estranha assim. Logo, pode ser bom!
O desconhecido é apenas algo que precisa ser descoberto, aceito ou descartado. As redes de colaboração empreendedoras existem para compartilhar experiências, boas e ruins, para fortalecer os elos e não tirar proveito deles como fazem nas pirâmides.
O que estamos fazendo no Paraná é mostrando para o país que lá é um lugar que precisa ser descoberto como um excelente lugar para se empreender, assim como já foi feito em Santa Catarina e Minas Gerais.
Este não é um trabalho do Mack, é um movimento que hoje conta com pelo menos 600 lideranças espalhadas por todos os municípios daquele estado. Toda essa interação fez com que os graus de separação diminuíssem consideravelmente, Lá, hoje, um empreendedor do agronegócio pode compartilhar experiências com um de mediatech, compartilhar recursos e claro, ganhar dinheiro juntos.
Atitudes ou experiência? O que é mais valioso para o empreendedor?

Vixe, difícil essa… pois se eu fico com atitudes vou ser mais um que repete aquela bobagem de “Eu quero, eu posso, eu consigo” mas nem sempre é assim… e foi a experiência que me ensinou a respeitar os meus próprios limites.
Hoje eu até me descrevo como “um experiente empreendedor”, mas só tenho essa “audácia” pois tenho a humildade de aceitar e reconhecer muitos e muitos e muitos (Mack escreveu tantos muitos que fomos obrigados a cortar este trecho) muitos erros, enganos e displicências.
A única concordância nesta minha resposta é a divergência e até nisso não tenho certeza.
Agora faça a pergunta que não foi feita e deixe para a reflexão dos leitores do blog.
Se empreender no Brasil é:- Financeiramente menos rentável e mais arriscado que investir em títulos públicos”- Tecnicamente complexo pelo alto custos e taxas para compra e uso de materiais de ponta inascíveis a maioria das pessoas até mesmo nas instituições de ensino- Primário devido a baixa qualificação profissional comparado outros países da América Latina, onde o jovem tem mais horas de estudo que o brasileiro.
Por que ainda existe pessoas que querem criar negócios no Brasil?